97 - Vem aí a ebulição
Já falei anteriormente nas “previsões” climáticas no post O céu está a cair, mas decidi voltar ao assunto perante as declarações recentes do tão douto Sr. Guterres de que a Terra está a entrar na era da ebulição! E, claro está, a culpa é toda da industrialização e da chamada Civilização Ocidental.
Vou começar pelo aumento de dióxido de carbono na atmosfera. Não sei se sabem mas cada ser humano emite 1 kg dele todos os dias, desde que nasce até que morre, pelo simples facto de existir. Ora acontece que de 1800 a 2015 passámos de 910 milhões de pessoas a 7,8 mil milhões, todas elas a lançarem alegremente esse gás de estufa para a atmosfera – ou seja, um “pequenino” aumento de 857 %! E, pequeno detalhe, esse aumento populacional não se deveu à Europa e a sua grande fatia teve lugar nas duas / três últimas décadas...
Sendo assim, como é que pretendem, exatamente, voltar aos níveis pré-industriais? Matando pessoas? Pois, o autêntico disparo da população mundial é o chamado “elefante na sala”, todos sabem que é um problema mas ninguém quer dizer nada porque pode ser visto como racismo.
Mas voltemos às “previsões”. Acho extremamente curioso que desde 1970 já passámos por “estamos a entrar numa nova Idade do Gelo” logo seguido do famosíssimo “aquecimento global”, depois vieram as “alterações climáticas” e, finalmente – bom, para já, veremos a moda que se segue – a “ebulição”.
E esperam que continuemos a acreditar em tudo o que nos dizem, apesar de até agora nada ter batido certo? Recordo aqui duas previsões de 2008, ou seja, de há menos de 20 anos: não haveria gelo no Ártico já em 2013 e a Inglaterra teria com um clima siberiano em 2020 – nada mau, para a ebulição!
O grande problema em tudo isto é que climatólogos sérios têm mais hipóteses de serem ouvidos se estudarem o clima de Marte ou de Vénus com base nos dados que a NASA tem recolhido. É que se fizerem estudos a sério na Terra e os resultados não indicarem uma catástrofe iminente devida a aquecimento... azar, nem publicados são.
E não nos esqueçamos de que o clima do nosso planeta é um daqueles temas em que quanto mais sabemos mais chegamos à conclusão de que nada (ou pouco) sabemos. Mas tentem dizer isso ao Sr. Guterres e aos outros donos da verdade, são logo apodados de “negacionistas das alterações climáticas”.
Diga-se de passagem, é uma expressão que me irrita imenso pela ignorância e desprezo que demonstra. Eu nego a “ebulição” e todos esses discursos de pânico mas não as alterações climáticas. E como eu, qualquer pessoa que saiba um pouco de história. Por exemplo, sabiam que entre 10 000 e 6000 anos atrás o deserto do Sara tinha pastos luxuriantes, cursos de água, hipopótamos e todo o tipo de antílopes, para além de criação de gado? Pois, tudo graças ao fim da última Idade do Gelo e ao derretimento dos glaciares.
Mas tentem dizê-lo aos proponentes de “temos de salvar o planeta!” Já agora, esta é também uma frase ridícula. Não nos esqueçamos de que a Terra não tinha, inicialmente, oxigénio na sua atmosfera e que o ar que atualmente respiramos foi de facto criado pelos primeiros organismos, que acabaram por morrer ou por ter se transformar para continuarem a existir. Mais ainda, os mamíferos, a que pertencemos, só conseguiram progredir e proliferar graças ao desaparecimento dos dinossauros. Ou seja, o planeta continuará feliz e contente da vida até o Sol o matar, não precisa, pois, de ser salvo, nós é que poderemos não estar cá para ver. Mas, quem sabe que seres maravilhosos possam vir a seguir?
E para quem aponta as atuais secas como prova do aquecimento provocado pela industrialização, bom, há climatólogos que estudam o clima do passado com base nos chamados indicadores indiretos, que vão desde os anéis das árvores a depósitos de sementes no solo e vários outros. Pois bem, houve duas grandes secas nos atuais Estados Unidos, uma entre 1276 e 1313 no Nebrasca e outra de 1276 a 1299 no Colorado, que levaram à fuga das populações dessas áreas.
Ou façam uma pesquisa por “Período Quente Medieval”, entre 1000 e 1200, época em que os Vikings chegaram à Gronelândia – pois, “terra verde” não é bem o que nos vem à mente quando vemos imagens dessa ilha. Foi seguido, curiosamente, de dois séculos extremamente frios entre 1500 e 1700 – hum... talvez seja bom tomarmos nota disto.
A grande questão é esta, sim, o clima está a mudar, mas sempre o fez, não havia era registos. O que torna absurdo ouvir cientistas dizerem “em 4000 anos nunca o nível do mar esteve tão alto”... a sério? Ou o muito habitual, “nunca houve temperaturas tão altas” – esquecendo-se de acrescentar, “desde que há registos”, algo que existe há pouco mais de 100 anos em muitos países europeus e noutros continentes são ainda mais recentes.
Enfim, na minha opinião devíamos era dedicarmo-nos a estudar este nosso planeta maravilhoso como deve ser, sem politiquices nem restrições de qualquer tipo, esforçando-nos, isso sim, por tentar entender, mas entender a sério, o seu funcionamento, em vez de embarcarmos em teorias cada vez mais histéricas cujo único objetivo parece ser a destruição da economia Ocidental e do nosso modo de vida. E em vez de condenar a ciência e a tecnologia como os grandes culpados de tudo e mais alguma coisa, que tal tentar arranjar soluções avançadas, do século XXI, para os nossos problemas relacionados com o clima?
Pois, só que isso dá trabalho e exige que se aposte em investigadores a sério e é, francamente, muito mais fácil e compensador arranjar um novo “perigo”.
Para semana: Hipocrisias 2 A propósito de ambientalistas, artistas e não só...