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Luísa Opina

Neste blogue comentarei temas genéricos da nossa sociedade. Haverá um novo texto todas as sextas-feiras

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Luísa Opina

18
Ago23

97 - Vem aí a ebulição

Luísa

Já falei anteriormente nas “previsões” climáticas no post O céu está a cair, mas decidi voltar ao assunto perante as declarações recentes do tão douto Sr. Guterres de que a Terra está a entrar na era da ebulição! E, claro está, a culpa é toda da industrialização e da chamada Civilização Ocidental.

Vou começar pelo aumento de dióxido de carbono na atmosfera. Não sei se sabem mas cada ser humano emite 1 kg dele todos os dias, desde que nasce até que morre, pelo simples facto de existir. Ora acontece que de 1800 a 2015 passámos de 910 milhões de pessoas a 7,8 mil milhões, todas elas a lançarem alegremente esse gás de estufa para a atmosfera – ou seja, um “pequenino” aumento de 857 %! E, pequeno detalhe, esse aumento populacional não se deveu à Europa e a sua grande fatia teve lugar nas duas / três últimas décadas...

Sendo assim, como é que pretendem, exatamente, voltar aos níveis pré-industriais? Matando pessoas? Pois, o autêntico disparo da população mundial é o chamado “elefante na sala”, todos sabem que é um problema mas ninguém quer dizer nada porque pode ser visto como racismo.

Mas voltemos às “previsões”. Acho extremamente curioso que desde 1970 já passámos por “estamos a entrar numa nova Idade do Gelo” logo seguido do famosíssimo “aquecimento global”, depois vieram as “alterações climáticas” e, finalmente – bom, para já, veremos a moda que se segue – a “ebulição”.

E esperam que continuemos a acreditar em tudo o que nos dizem, apesar de até agora nada ter batido certo? Recordo aqui duas previsões de 2008, ou seja, de há menos de 20 anos: não haveria gelo no Ártico já em 2013 e a Inglaterra teria com um clima siberiano em 2020 – nada mau, para a ebulição!

O grande problema em tudo isto é que climatólogos sérios têm mais hipóteses de serem ouvidos se estudarem o clima de Marte ou de Vénus com base nos dados que a NASA tem recolhido. É que se fizerem estudos a sério na Terra e os resultados não indicarem uma catástrofe iminente devida a aquecimento... azar, nem publicados são.

E não nos esqueçamos de que o clima do nosso planeta é um daqueles temas em que quanto mais sabemos mais chegamos à conclusão de que nada (ou pouco) sabemos. Mas tentem dizer isso ao Sr. Guterres e aos outros donos da verdade, são logo apodados de “negacionistas das alterações climáticas”.

Diga-se de passagem, é uma expressão que me irrita imenso pela ignorância e desprezo que demonstra. Eu nego a “ebulição” e todos esses discursos de pânico mas não as alterações climáticas. E como eu, qualquer pessoa que saiba um pouco de história. Por exemplo, sabiam que entre 10 000 e 6000 anos atrás o deserto do Sara tinha pastos luxuriantes, cursos de água, hipopótamos e todo o tipo de antílopes, para além de criação de gado? Pois, tudo graças ao fim da última Idade do Gelo e ao derretimento dos glaciares.

Mas tentem dizê-lo aos proponentes de “temos de salvar o planeta!” Já agora, esta é também uma frase ridícula. Não nos esqueçamos de que a Terra não tinha, inicialmente, oxigénio na sua atmosfera e que o ar que atualmente respiramos foi de facto criado pelos primeiros organismos, que acabaram por morrer ou por ter se transformar para continuarem a existir. Mais ainda, os mamíferos, a que pertencemos, só conseguiram progredir e proliferar graças ao desaparecimento dos dinossauros. Ou seja, o planeta continuará feliz e contente da vida até o Sol o matar, não precisa, pois, de ser salvo, nós é que poderemos não estar cá para ver. Mas, quem sabe que seres maravilhosos possam vir a seguir?

E para quem aponta as atuais secas como prova do aquecimento provocado pela industrialização, bom, há climatólogos que estudam o clima do passado com base nos chamados indicadores indiretos, que vão desde os anéis das árvores a depósitos de sementes no solo e vários outros. Pois bem, houve duas grandes secas nos atuais Estados Unidos, uma entre 1276 e 1313 no Nebrasca e outra de 1276 a 1299 no Colorado, que levaram à fuga das populações dessas áreas.

Ou façam uma pesquisa por “Período Quente Medieval”, entre 1000 e 1200, época em que os Vikings chegaram à Gronelândia – pois, “terra verde” não é bem o que nos vem à mente quando vemos imagens dessa ilha. Foi seguido, curiosamente, de dois séculos extremamente frios entre 1500 e 1700 – hum... talvez seja bom tomarmos nota disto.

A grande questão é esta, sim, o clima está a mudar, mas sempre o fez, não havia era registos. O que torna absurdo ouvir cientistas dizerem “em 4000 anos nunca o nível do mar esteve tão alto”... a sério? Ou o muito habitual, “nunca houve temperaturas tão altas” – esquecendo-se de acrescentar, “desde que há registos”, algo que existe há pouco mais de 100 anos em muitos países europeus e noutros continentes são ainda mais recentes.

Enfim, na minha opinião devíamos era dedicarmo-nos a estudar este nosso planeta maravilhoso como deve ser, sem politiquices nem restrições de qualquer tipo, esforçando-nos, isso sim, por tentar entender, mas entender a sério, o seu funcionamento, em vez de embarcarmos em teorias cada vez mais histéricas cujo único objetivo parece ser a destruição da economia Ocidental e do nosso modo de vida. E em vez de condenar a ciência e a tecnologia como os grandes culpados de tudo e mais alguma coisa, que tal tentar arranjar soluções avançadas, do século XXI, para os nossos problemas relacionados com o clima?

Pois, só que isso dá trabalho e exige que se aposte em investigadores a sério e é, francamente, muito mais fácil e compensador arranjar um novo “perigo”.

Para semana: Hipocrisias 2 A propósito de ambientalistas, artistas e não só...

19
Ago22

46 - É o clima

Luísa

Nesta época de incêndios – e está a ser um ano catastrófico – decidi revisitar o tema das alterações climáticas, que já tratei anteriormente no meu post de 2021, O céu está a cair (https://luisaopina.blogs.sapo.pt/8-o-ceu-esta-a-cair-4291).

Como continuamos a ouvir que a causa disto tudo “é o clima”, ou antes, as mudanças provocadas pela ação do Ocidente (sim, só do Ocidente, como explico no post acima citado), achei que talvez não fosse má ideia dar uma pequena perspetiva histórica das famosíssimas alterações climáticas. É que o nome mais recente, “catástrofe climática” não pegou, digamos, por isso os fazedores de opinião voltaram à versão anterior.

Mas antes, um pequeno comentário. Já repararam que se alguém se lembra de contestar uma qualquer afirmação “científica” sobre este assunto é logo acusado de não acreditar nas alterações climáticas? A sério? É que se há quem não acredita nelas são precisamente os que mais as apregoam –a fazer fé neles, são a descoberta do século, ou antes, a maior descoberta de sempre.

Ora do que muitos como eu duvidam não é da existência das ditas alterações, sempre as houve e haverá, só acabarão se a Terra morrer ou se a envolvermos numa cúpula como Asimov descreveu em alguns dos seus livros, nomeadamente em As Cavernas de Aço.

Não, do que duvidamos é da influência que se atribui à ação do homem (Ocidental) e, acima de tudo, a afirmações catastrofísticas como esta que ouvi na TV a uma “cientista do clima”, tipo “já há 4 milhões de anos que o nível do mar não era tão elevado”. Provas? Nenhumas, claro, por isso no dia seguinte, numa outra entrevista, essa frase passou a “já há muito tempo”.

Mas o tema favorito é mesmo o aquecimento global – já agora, esta foi a primeira versão do título dado a este assunto. É raro o dia em que não ouçamos, “são as temperaturas mais elevadas desde que há registo.” E se nos limitarmos aos atuais registos meteorológicos, até são capazes de ter razão.

A questão é que há outro tipo de registos, que nunca são citados porque desdizem todo este cenário de catástrofe inédita.

Por exemplo, sabiam que no século X largas áreas da Islândia, agora cobertas de gelo, eram cultivadas? Que quando os Vikings colonizaram a Gronelândia, mais ou menos por essa altura, ocuparam zonas que são agora inacessíveis devido ao gelo? Pois é, nunca acharam estranho terem chamado Terra Verde a uma ilha enorme que tem gelo em quase 80 % da sua superfície e o que resta não é lá muito verdejante?

Temos também o chamado Período Quente Medieval de que, curiosamente, nunca se houve falar. Decorreu entre o ano 1000 e 1200 e, análises a plantas, árvores e outros elementos, feitas por climatologistas a sério, dizem-nos que, nalguns pontos da Europa, as temperaturas chegaram a ser 2 a 2 graus superiores às registadas no início do século XX – e isto sem centrais a carvão ou carros.

Sim, não há registos antigos como os que temos agora, mas, lendo crónicas e outros textos da época lemos sobre alterações profundas na agricultura, na floração das plantas e até nas estações do ano, que levaram à deslocação forçada de populações e uma elevada mortalidade daí resultante.

Recuando mais um pouco, temos o Período Quente Romano, entre 250 a.C. e 400 d.C. Pesquisadores da zona do Canal da Sicília podem agora afirmar que foi o período mais quente dessa região nos últimos 2000 anos.

E estou a restringir-me a alterações climáticas dos últimos dois milénios, que incluíram as devastadoras “megassecas” nos atuais EUA, por exemplo, a do Nebrasca (1276-1313) e a do Colorado (1276-1313).

E já que falamos em secas, não é curioso andarmos há anos a falar disso em Portugal sem que, no entanto, nada se faça? E não me refiro a fechar uma central a carvão ou acabar com os carros a gasolina para pôr fim ao tal aquecimento global.

É que, para além do clima, há outras razões para as secas estarem a piorar, sendo a principal a explosão populacional.

Ora vejamos. Em 1100, Portugal tinha 495 000 habitantes. Em 1900, ou seja, após 800 anos, esse número tinha subido para pouco mais de 5 milhões. E cerca de 100 anos depois, tínhamos duplicado esse número, ultrapassando os 10 milhões de habitantes!

Pior ainda, durante uma boa parte da nossa história o consumo de água era reduzido, mesmo na agricultura. Não temos muitas zonas propícias à criação de canais de irrigação natural, como na Madeira, e, sem distribuição mecanizada desse líquido, gastava-se apenas o indispensável. É que, mesmo nas cidades, era preciso ir buscar água ao chafariz ou fonte mais próxima. E no campo, a única opção eram poços, as chamadas minas ou algum rio ou riacho que circulasse na zona.

Ora os hábitos de consumo mudaram imenso, basta pensar no banho. E na agricultura, já não nos contentamos a esperar que chova “pela vontade de Deus” e, se não chover, é a seca e a morte dos mais fracos – uma das razões do lento aumento da população durante séculos é que, quando subia um bocado, havia uma seca, uma epidemia ou algo similar que causava uma baixa considerável.

Sabemos quase desde que somos país que este cantinho da Europa tem uma grande propensão para secas. E o que fazemos para minorar os seus efeitos? Pois bem, pouco ou nada.

Defendo há anos a criação de albufeiras, que armazenem água para fins agrícolas e de criação de gado, espalhadas um pouco por todo o país. Nem teriam de ser muito grandes ou complexas, é um daqueles casos em que a quantidade é o mais importante – tome-se Israel como exemplo.

Também nunca entendi porque não se reaproveita sempre a água saída das ETAR, que é, muitas vezes, bem melhor do que a que é usada como base para o abastecimento de água.

Outro projeto muito contestado pelos “ambientalistas” era o do transbordo do excesso de água do rio Douro, por exemplo, para outros rios de menor caudal e / ou para albufeiras ou lagos artificiais, com a vantagem de isso reduzir imenso o célebre problema das cheias desse rio em anos em que chove mais. Mas isso era interferir com a natureza...

Isto, sim, seriam medidas a sério, em vez do atual “a culpa é das alterações climáticas”!

E já agora, um aquecimento global a sério também traria vantagens. Por exemplo, choveria mais em toda a área do deserto do Saara, permitindo o crescimento de vegetação e, claro, a presença de animais. A Islândia e Gronelândia voltariam a ser o que foram brevemente há dez séculos. E muitos outros casos similares, em que zonas atualmente inabitáveis passariam a poder sê-lo.

O que me leva ao meu ponto final. Porquê este pânico todo em relação ao desaparecimento dos glaciares? Que, diga-se de passagem, já nem deviam existir, a fazer fé em “previsões científicas” algumas tão recentes como 2008, teriam acabado de vez até 2020.

É que quando ouço as lamúrias a eles respeitantes fico logo a pensar no que teria sido dito no início da atual Idade Interglacial se estes “iluminados” estivessem presentes e vissem a brutal redução da cobertura de gelo na Europa, que levou a brutais inundações por todo o lado – e, já agora, a tornar o Saara habitável entre 11 000 e 6000 anos atrás.

A que atribuiriam as culpas? Ao metano produzido pelos mamutes em extinção? À punição pelos excessos de consumo de muitas tribos da época? Pena não haver uma máquina do tempo...

Para a semana: A eterna praga dos incêndios! – Todos os anos, a mesma tragédia, a mesma culpabilização, a mesma inércia...

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