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Luísa Opina

Neste blogue comentarei temas genéricos da nossa sociedade. Haverá um novo texto todas as sextas-feiras

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Luísa Opina

19
Nov21

8 - O céu está a cair...

Luísa

O post desta semana tem a ver com a conferência de Glasgow e a tão propagandeada “catástrofe climática”. O título refere-se à história infantil da galinha que, tendo sido atingida na cabeça por uma bolota, proclama aos quatro ventos que “o céu está a cair”.

Começo por dizer que este catastrofismo não é novo, tenho idade suficiente para me lembrar de vários alertas urgentes, do buraco do ozono ao fim das reservas de petróleo e muitos outros, mas à laia de apresentação indicarei apenas algumas das muitas previsões de cientistas, e não só, referentes ao clima.

1- Em 1970, no primeiro Dia da Terra, um conceituado ecologista, afirmava que em 1990 a temperatura média global estaria 4 graus mais baixa e 11 graus em 2000, o dobro do necessário para entrarmos numa Idade do Gelo.

2- As Maldivas estariam submersas até 2018 (previsão de 1988)

3- O Ártico estaria sem gelo até 2013, previsão de Al Gore de 2008, com base num modelo criado pela União Geofísica Americana e a NASA.

4- Manhattan ficaria submersa até 2018, previsão de um especialista climático em 2008

5- A Inglaterra terá um clima siberiano até 2020 (previsão de 2004)

Sempre acompanhei estas e outras previsões com um grande grau de divertimento pelas “certezas” que davam e os erros de conceção dos modelos em que essas certezas se baseavam. Por exemplo, num dos primeiros, esqueceram-se de incluir os oceanos nos cálculos de absorção de carbono!

Não é por acaso que o nome deste fenómeno tenha andado a mudar. Primeiro era o aquecimento global. Como não aconteceu, passámos a ouvir falar em “alterações climáticas”. E quando se referiu, e bem, que sempre as houve e sempre as haverá enquanto a Terra tiver vida, passámos à “catástrofe climática” provocada, claro está, pela ação humana.

Mas atenção, não por todos os humanos!

Por exemplo, nós, no Ocidente, devemos deixar de comer carne de vaca porque estas produzem metano, que é um gás de estufa. Curiosamente, nunca há uma referência aos 300 e tal milhões de vacas da Índia! Se calhar, como são sagradas, não produzem metano.

Ora todas estas previsões “dos cientistas” (é curioso que nunca dizem “de”, é sempre “dos”, para dar uma ideia de unanimidade) têm a característica peculiar de ignorarem uma série de coisas.

A primeira, é o Sol. Estudos mostram que este é responsável por um quarto do aquecimento da nossa atmosfera e que isso varia muito com o ciclo solar e, acima de tudo, com a densidade de manchas solares.

Depois, temos o papel das nuvens. Há estudos que mostram que têm um papel importantíssimo no clima. Ora poucos modelos as incluem e um destes tinha um erro de cálculo que agravava as previsões de aquecimento global em 75 %!

Também o papel dos oceanos não está bem entendido. Já deviam ter atingido há muito o limite de absorção de dióxido de carbono, mas continuam a fazê-lo para deleite de algas e muitas criaturas marinhas.

E temos ainda os vulcões que, a cada erupção, lançam para a atmosfera quantidades gigantescas de químicos que, quando são de origem humana, são responsáveis por tudo e mais alguma coisa, do buraco do ozono à catástrofe iminente. Lembram-se do pânico com os gases dos frigoríficos e aerossóis? Pois bem, a erupção do Pinatubo, Filipinas, em 1991 pôs mais desses sulfatos no ar do que toda a produção humana até à data. Pergunto-me o que a erupção atual de Las Palmas estará a provocar...

Passemos às consequências terríveis previstas.

A mais badalada é a subida dos oceanos. Curiosamente, muitos dos que afirmam a certeza de que irá acontecer têm comprado casas caríssimas à beira-mar, como o Obama, que adquiriu uma por 180 milhões de dólares. Pois... Já agora, a previsão do IPCC (O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) é de uma subida de 60 cm até 2100.

O aumento das catástrofes naturais, como tufões, etc. e a enorme perda de vidas humanas. Mesmo que tenha havido um aumento na sua frequência, e nunca vi dados nesse sentido, é curioso que em 1931 morreram 3,7 milhões de pessoas em catástrofes naturais, mas em 2018 esse número foi de apenas 11 mil, apesar de haver quatro vezes mais pessoas no mundo.

A extinção de espécies animais também é muito citada. Estranhamente, nunca referem as muitas espécies em perigo extremo pelo desaparecimento do seu habitat devido ao aumento populacional (de 1800 a 2015 passámos de 910 milhões a 7,8 mil milhões em 2021).

E as soluções e exigências dos “peritos”, como a Greta, são realmente interessantes sobretudo pela hipocrisia.

Vejamos algumas.

1- Temos de encerrar imediatamente todas as centrais a carvão! Mas só alguns, claro, a China tem atualmente 1082 centrais dessas, só para cumprir o Acordo de Paris já devia ter encerrado umas 680. Pior ainda, em plena semana de Glasgow inaugurou várias e anunciou a construção de mais 43.

2- Fim imediato dos veículos a gasolina ou gasóleo, usar apenas veículos elétricos. Pois, o problema é que estes usam baterias de lítio, uma substância que não existe por todo o lado e cuja produção causa graves problemas de poluição a menos que sejam tomadas medidas caras para a evitar. E como os maiores depósitos estão na Bolívia, Argentina, Chile e China, ainda por cima em regiões remotas, alguém acredita que serão tomadas essas precauções? Mais ainda, começa a surgir o problema do que fazer com as baterias de lítio usadas, que não são nada fáceis de eliminar. Ou seja, em breve veremos os mesmos que exigiram carros elétricos a exigir o contrário.

3- Redução da pegada de carbono a zero! Mas os que tanto apregoam isto não hesitam em usarem o jato privativo para irem jantar com uns amigos ou passar um fim de semana algures. O Al Gore, por exemplo, foi dos EUA a Bali num avião privado para dar uma conferência de 45 minutos, tendo regressado logo a seguir.

Mas a parte melhor é que, apesar de tantas certezas, vem logo a proposta da criação de inúmeras agências, comissões, etc. para estudarem as vertentes do problema, dando emprego muito bem pago a todos esses cientistas que juram a pés juntos que desta vez é mesmo verdade, há mesmo uma catástrofe à vista e temos de fazer algo já!

Como sou tradicionalista, gostava que esta história acabasse como a versão tradicional do conto que citei no início: a galinha e todos os que a seguiram foram convidadas por uma raposa a entrarem no seu covil “para ficarem a salvo”, tendo sido todos comidos!

 

Para a semana: Novo Dicionário Precisa-se! – e de que maneira

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