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Luísa Opina

Neste blogue comentarei temas genéricos da nossa sociedade. Haverá um novo texto todas as sextas-feiras

Neste blogue comentarei temas genéricos da nossa sociedade. Haverá um novo texto todas as sextas-feiras

Luísa Opina

28
Set25

205 - A Palestina

Luísa

Após uma ausência de duas semanas devido a umas férias em que, confesso, me alheei bastante dos nossos noticiários, decidi alterar de novo o tema desta semana devido a alguns dos poucos acontecimentos que acompanhei um pouco durante este período, mais por acaso do que por vontade própria.

Comecemos pelo reconhecimento do “estado da Palestina” por parte de alguns países europeus, entre eles Portugal. Para além de ser um gesto vazio, sim, curiosamente nenhum deles definiu o que entende por Palestina nem referiu que o Sr. Abbas só “manda” – se é que o faz – numa parte dela, fica-nos a pergunta, porquê agora? Mais ainda, que importância real tem este “reconhecimento”?

Pelo que li num site do nosso governo, são estas as condições pedidas – sim, pedidas, não impostas – por Portugal para este reconhecimento:

  1. Condenação dos atos terroristas do Hamas e exigência do seu total desarmamento;
  2. Exigência da libertação incondicional e imediata dos reféns de Gaza e dos prisioneiros;

III. Compromisso de reforma institucional interna e de organização de eleições num futuro próximo;

  1. Aceitação do princípio de um Estado palestiniano desmilitarizado, cuja segurança externa seja garantida por forças internacionais;
  2. Prontidão para retomar a administração e o controlo total da Faixa de Gaza, com saída do Hamas;
  3. Reconhecimento do Estado de Israel e das necessárias garantias de segurança.

Bom, sempre é uma listinha mais completa do que a da Dinamarca, por exemplo.

Até não era um mau conjunto de condições, só que... alguém ouviu o Sr. Abbas a aceitá-las publicamente, a começar pelo reconhecimento do estado de Israel? É claro que não! Vistas bem as coisas, até nem sabemos se as aceitou realmente ou se foi algo que o nosso governo, apostado em chegar-se à esquerda, sabe-se lá porquê, comunicou ao “povinho” – já agora, as ditas condições não deviam ter sido explicitadas em tudo quanto é órgão de comunicação social para sabermos exatamente o que quem nos (des)governa anda a cozinhar?

E mesmo que o Sr. Abbas aceitasse tudo isto publicamente, como é que acham que ele iria conseguir cumprir? A única razão de a chamada Autoridade Palestiniana ainda existir é porque tem Israel entre ela e o Hamas.

Passemos ao “genocídio” em Gaza. Segundo li, esse Sr. Sousa Tavares, que faço questão de evitar a todo o custo, terá dito que Israel já matou 800 mil palestinianos (uns 40 % da população) nestes dois anos. Pois, nem o Hamas vai tão longe! E os mortos são todos, claro está, mulheres, crianças e velhinhos.

Infelizmente, não é o único. Estamos sempre a ouvir notícias de que os maus dos judeus atacaram escolas, hospitais, centros de refugiados, escamoteando o pequeno pormenor de que são locais favoritos do Hamas para esconder os seus militantes e armamento.

Pior ainda, ninguém parece preocupado com o uso do termo “civis” quando se referem a mortos e feridos. Será que não entendem que, como o Hamas não é um exército oficial de um país oficial, todos os seus combatentes são civis no sentido legal do termo?

Mas o que me incomoda mais em tudo isto é a afirmação repetida ad nauseam por comentadores, políticos, influenciadores – ou candidatos a isso – de que apoiar os palestinianos (voltarei a isto) não é antissemitismo, é pura justiça social ou outro chavão similar. É claro que não, daí eu ter ficado espantada por logo após o brutal ataque do Hamas, esse sim a civis – e lembro que muitos eram jovens a assistir a um concerto pela Palestina – ter havido um hiato de uns dias em que alguns, não todos, criticaram esse ato, mesmo assim arranjando logo todo o tipo de “explicações” e desculpas.

Voltando aos palestinianos, acham mesmo que o Hamas se interessa pelo bem-estar deles? Usa-os, isso sim, como escudos humanos e como pretexto para uma vasta campanha mundial a seu favor que está, infelizmente, a dar frutos graças à autêntica lavagem cerebral que as duas mais recentes gerações ocidentais têm andado a sofrer.

Porque não os alojam nos túneis durante os bombardeamentos, à semelhança do que os países europeus fizeram durante a Segunda Guerra Mundial? E quanto à fome, aposto que quando virmos imagens do interior dos célebres túneis, construídos, lembro, com materiais enviados para a ereção e reparação de edifícios para a população, veremos toneladas de comida ali armazenada para uso exclusivo do Hamas e dos seus protegidos.

O que me leva à célebre “flotilha”, ou antes, ao cruzeiro de férias mais desorganizado de sempre. Muito francamente, estão mesmo com vontade de ir até Gaza? É que o percurso que têm feito não o indica – agora foram parar à Grécia! Mais ainda, se a sua intenção era entregar ajuda alimentar a Gaza, porque têm recusado todas as propostas de a porem nas mãos de quem garante o seu transporte seguro até aos supostos destinatários?

Isto para não falar na saga dos “ataques de drones”. É o que se chama porem-se em bicos de pés. Alguém acha credível que Israel os ache uma ameaça e ande a tentar intimidá-los? E com um pequeno drone de cada vez? É claro que em termos de propaganda, a Espanha e a Itália enviaram navios de guerra para “protegerem” a dita flotilha, afirmando o seu direito a navegarem em águas internacionais. A Espanha, bom, com o governo que tem, não admira nada. Quanto à Meloni, é um modo barato de acalmar a esquerda e desviar a sua atenção das reformas que anda a fazer.

Enfim, é triste verificar que o “futuro” do Ocidente – nas palavras da “querida” Greta – está nas mãos de pessoas que preferem ditaduras ferozes e terroristas ao único estado democrático do Médio Oriente.

Para a semana: Falemos de educação. Perante alguns comentários e notícias que li recentemente, é altura de voltar ao assunto.

06
Set25

204 - Politiquices

Luísa

Face a acontecimentos recentes, decidi alterar o tema desta semana e falar de umas “coisinhas” que me incomodaram, dentro e fora do país.

Começo, como não podia deixar de ser, pelo desastre catastrófico do elevador da Glória. Só o usei uma vez, num dos anos em que fiz turismo em casa, ou seja, em Lisboa, mas passei muitas vezes junto dele, em baixo e no topo, parando sempre para o observar caso estivesse em movimento. Também usei os outros todos, uma vez que fiz questão de “averbar” o máximo possível de coisas a ver e a fazer em Lisboa,

Fiquei chocada com o que vi quando liguei a televisão – já tinha passado cerca de uma hora, penso eu – e, acima de tudo, intrigada, sendo engenheira e sabendo como funciona não conseguia entender o que poderia ter acontecido. É que mesmo que o cabo se quebrasse, a hipótese logo avançada, há sistemas de travagem nas cabinas precisamente para essa eventualidade.

Mas para além do resultado trágico do acidente, há outras coisas que me chocaram nas reações que se seguiram.

A primeira foi a dos sindicatos. Ainda estavam a retirar vítimas do local e já havia um representante sindical a dizer que a culpa era toda de terem entregue a manutenção a uma empresa privada e que nunca teria acontecido se fosse feita pelos trabalhadores da empresa. E não só, ao longo da noite foram surgindo várias declarações dos ditos trabalhadores a afirmarem que a manutenção andava a ser mal feita, as vistorias não eram suficientes, etc.

Para além do tremendo mau gosto de virem com conversas destas quando ainda nem se sabiam ao certo as consequências do acidente e muito menos as suas causas, não acham incrível que todas estas denúncias só surjam quando já não há remédio? É um pouco tipo violência doméstica, depois de alguém morrer não faltam pessoas a virem dizer que sabiam de tudo...

Já agora, terá ocorrido a estes senhores e aos “jornalistas” do costume que se calhar o acidente não teve uma única causa mas um conjunto delas? É o que costuma acontecer quando há casos destes, uma pequena falha leva a outra que leva a outra até ao colapso total.

O segundo cenário que me incomodou foi a pressa de muito boa gente em atirar culpas políticas. Sim, entendo que estamos em plena campanha eleitoral, não a oficial, claro, mas quem liga às datas? Mas atirar as culpas para o Moedas, enfim, não que eu goste dele ou pertença à sua Câmara, não é o caso, mas, muito francamente, não entendo, mesmo que tenha sido ele a assinar o contrato com a dita empresa de manutenção, algo que ainda não vi devidamente explicado, será que um Presidente da Câmara tem de vistoriar pessoalmente tudo e mais alguma coisa?

Pois é, a política obriga a muito, mas nunca pensei ver Chega e PS com o mesmo discurso...

E no caso do PS, é mesmo preciso ter muito descaramento! O então PM responsabilizou-se pelos 66 mortos e tremenda devastação do incêndio de Pedrógão? E tinha bem mais razões para o fazer, muitos dos dirigentes, ou antes, dos supostos dirigentes dos serviços responsáveis pela resolução do problema tinham sido nomeados por ele, mais ainda, o SIRESP não funcionava devidamente porque ele – ou o seu Governo – tinham decidido poupar dinheiro e cortar componentes sem saberem o que faziam.

Pior ainda, muitos ainda estão à espera de receberem os fundos que lhes foram prometidos. Onde está a responsabilização política desse partido?

Citam também muito o que Moedas terá dito aquando do envio para a Rússia dos nomes de manifestantes por parte da Câmara de Lisboa, como se a situação fosse similar. Que eu saiba, a Carris é uma empresa com gestão privada – apesar de ter fundos totalmente públicos. Já uma Câmara está, ou devia estar, sobre a alçada do seu presidente. E que eu saiba o Sr. Medina nada fez, tal como nada aconteceu à pessoa responsável por esse “erro”.

E aquela Sra. Leitão, a que almoçou no Martim Moniz e garantiu que era perfeitamente seguro e que só racistas diziam o contrário, irá responsabilizar-se por todos os crimes que ali aconteçam a turistas ou cidadãos que, fiando-se na sua palavra e nas imagens que viram, por ali circulem?

Não sou ingénua, sei muito bem que na política vale tudo, infelizmente, mas há coisas que me dão a volta ao estômago. E ver o aproveitamento que se está a fazer de uma tragédia é uma delas, desde sindicatos a partidos, tudo com a ajuda, claro está, do “jornalixo” cada vez mais abundante.

E por falar disso, fiquei muito satisfeita ao saber que, sem muitos gastos, posso ter um “navio”. É que se um barco de motores fora de borda passa a “navio venezuelano atacado pelo Trump”, então há esperança para mim.

Mantendo-me nas politiquices internacionais, ficamos a saber que os cortes de ajuda humanitária do Trump, que ainda não entraram em vigor, já foram responsáveis por milhões de mortos por SIDA. E haver um alto dirigente sul-africano a dizer que a cura para a dita está em ter sexo com uma virgem não tem absolutamente nada a ver com isso. Nem o facto de os muitos biliões enviados sobretudo para África para combater a fome, doenças, etc., nunca tenham efeitos visíveis, mas que os líderes destes países, as suas famílias e amigalhaços tenham um nível de vida e de despesas de fazer inveja a muito milionário. Não, a ênfase vai para os cortes e, evidentemente, para o folclore da “flotilha”, de que falarei quando houver mais evoluções nesse ato “corajoso”.

Enfim, enquanto houver politiquices com coisas sérias, será muito difícil conseguir a tal mudança do país e do mundo que muitos dizem querer. Pelo menos não uma mudança positiva.

Para a semana: Falemos de educação. Perante alguns comentários e notícias que li recentemente, é altura de voltar ao assunto.

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