169 - Absurdos do mundo atual
Hoje irei falar de assuntos diversos, vai ser uma espécie de “limpeza da alma”, desopilar um bocadinho para começar bem o ano. Já toquei em alguns anteriormente, mas não resisto a fazê-lo de novo uma vez que continuam com a sua força toda, isto quando não pioraram, até.
Comecemos pela posição da mulher na sociedade, um absurdo que não se limita, infelizmente, a Portugal.
Como todos sabemos, berra-se e barafusta-se para que haja quotas em tudo o que é sítio a fim de promover a muito badalada “igualdade de género”, uma das muitas modas americanas que importámos. Mas quando se trata da presença de pessoas transexuais no desporto feminino, os mesmos defensores das mulheres mostram-se ferozmente a favor, apesar de todos sabermos a tremenda vantagem que têm em relação a mulheres biológicas – e lembro que em alguns casos famosos, a transição nem sequer tinha sido concluída, ou seja, tratava-se muito simplesmente de homens que “se sentiam mulheres”.
E quanto à tal “igualdade de género”, já repararam que só funciona num sentido? Ou seja, em profissões em que as mulheres são a maioria esmagadora, quase a totalidade, como em infantários, por exemplo, ninguém sugere a presença de quotas... E o mesmo se pode dizer em termos das chamadas etnias: veja-se o caso dos EUA, em que há inúmeras associações (e não só) apenas para negros, muitas outras para “latinos” (leia-se, mexicanos), mas se alguém ousar ter seja o que for só para brancos, bom, cai-lhe tudo em cima e tem sorte se só for chamado racista.
Mas o absurdo não se fica por aqui, infelizmente. Elogia-se uma campeã de xadrez por recusar jogar na Arábia Saudita, uma vez que este país não respeita os direitos das mulheres. Mas em plena Europa – e EUA / Canadá – há mulheres e raparigas com bem menos direitos do que as sauditas, entregues a uma sharia interpretada ao gosto de cada um por vizinhos, familiares e similares machos e sem qualquer tipo de controlo. Só que aqui, quem protesta é mau, racista, etc., uma vez que há que “respeitar os costumes”.
Temos, também, a nossa justiça, ou antes, o que passa por o ser, muito francamente algumas decisões dos nossos “meritíssimos” fazem-me acreditar em extraterrestres que, por uma razão que só eles conhecem, optaram por estudar os terráqueos através da nossa magistratura.
Como o que soltou um pedófilo, sabendo perfeitamente que era vizinho da vítima de 10 anos – é claro que quando a população local se encarregou de lhe dar um corretivo à moda antiga rebentou logo a indignação contra a “justiça popular”. Ou o homem que esta semana agrediu brutalmente familiares, incluindo uma criança de dois anos, mais um GNR que os tentou socorrer e que vai aguardar pacatamente o julgamento em liberdade.
Isto sem contar com a existência de dois pesos, duas medias, com base sabe-se lá em quê. Por exemplo, um guarda-costas do Ventura tem dois anos de pena suspensa por roubar 10 euros a um cliente do local onde era segurança – pois, o dito cliente tinha “sonegado” uma garrafa de whisky, curiosa esta dualidade de termos para um mesmo ato ... Mas um condutor com 2 g de álcool que provocou um acidente com consequências mortais teve 3 anos também suspensos, “porque estava arrependido”, isto segundo a juíza.
Mais absurdo é capaz de ser impossível...
Isto leva-me a falar da tremenda simpatia que os “bem-pensantes” têm em relação a criminosos de todos os tipos.
Circula, agora, um abaixo-assinado a pedir um indulto para toda uma série de presos com vista a “facilitar a sua reinserção social”. Atendendo à outra sobre o Chega de que falei anteriormente, começo a pensar que chegou ao nosso país algo muito comum em alguns outros, ou seja, os assinantes profissionais de abaixo-assinados.
Este é só um episódio, o mais recente, de um fenómeno que me intriga há anos. Por exemplo, o caso de um angolano já com uma certa idade que cumprira pena por violar uma série de senhoras idosas nas suas próprias casas. Pois bem, houve todo um movimento a pedir que não fosse expulso do país porque, coitadinho, não tinha família em Angola.
Curiosamente, nunca vemos movimentos destes a favor das vítimas – a menos que seja a chamada pedofilia da Igreja, mas aí é mais contra esta do que a favor seja de quem for. Do mesmo modo, quando se trata da chamada habitação social, a indignação está reservada para quem quer expulsar delas criminosos e ilegais. Já os muitos portugueses que vivem em condições deploráveis, bom, azar, a culpa aí é do capitalismo, dos senhorios, do alojamento local, enfim, de tudo e mais alguma coisa, mas sem que mereçam o estatuto de coitadinhos e a indignação de todos esses grupos sempre prontos a manifestarem-se.
Para concluir, não acham curioso que os proponentes da política de portas abertas e do “precisamos de emigrantes” só defendam a vinda de pessoas sem qualificações e que, em muitos casos, não têm a menor intenção de se integrarem na nossa sociedade ou, até, de trabalharem? Mas se falamos de receber gente qualificada, médicos, por exemplo, surgem logo mil e uma razões para impedir a sua vinda.
Ou seja, os vistos Gold eram péssimos e não traziam dinheiro ao país, mas facilitar a vinda de gente dos PALOP, como fez o inenarrável senhor Costa, é uma excelente ideia que deve ser aplaudida. Encher bairros sociais com pessoas de fora, muitas delas a viverem do RSI é altamente desejável, já o alojamento local é demoníaco e impede muitos portugueses de arranjarem casa.
Enfim, há, infelizmente, muitos mais temas e casos absurdos, mas fico-me por aqui.
Para a semana: Para que serve a ONU e as suas agências. Algo que começou com boas intenções e que agora só é acatada por quem lhe convém.