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Luísa Opina

Neste blogue comentarei temas genéricos da nossa sociedade. Haverá um novo texto todas as sextas-feiras

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Luísa Opina

01
Mar24

125 - Desrespeitaram-nos... e agora queixam-se?

Luísa

Aparte alguns distraídos, do tipo “mente em Marte”, todos demos conta dos protestos dos polícias e da total incapacidade de resposta de quem (ainda) nos governa – lembro que começaram antes da demissão dos tão “chorados” Sr. Costa e seus Muchachos.

Aqui para nós, a ideia dos nossos (des)governantes é que, se deixassem passar uns dias, os polícias fariam o que têm feito ao longo de décadas, ou seja, engoliriam o sapo e voltariam ao serviço. Só que desta vez isso não aconteceu, precisamente porque se fartaram de não serem tidos em conta, ou antes, de só se lembrarem deles para os insultarem e acusarem de tudo e mais alguma coisa.

Sim, eu sei, que a nossa comunicação social e o resto da esquerda ainda mantêm os tiques do 25 de abril de que a Polícia é má e opressora – curiosamente, são os que mais berram se sofrem um pequeno roubo ou atitude mais agressiva em público, repetindo à saciedade a estafadíssima frase, “Mas porque é que a Polícia não faz nada?” Pois, mas se faz... basta um criminoso mais esperto – e agora são-no quase todos – falar em violência policial e pronto, acreditam piamente no “coitadinho”, sobretudo se este não for branco.

Infelizmente, os nossos juízes colaboram em todo este desprezo pelos polícias, como vemos por este caso, para mim paradigmático.

Há uns anos, dois polícias detiveram dois rapazes algures no interior, penso que foi em Évora. Resistiram, tentaram o truque da praxe de tentar atropelá-los e um dos polícias disparou. Levados para a esquadra, um deles quis ir ao quarto de banho e, como demorou, foram procurá-lo e estava inanimado. Levado para as Urgências, o médico de serviço também achou por bem fazer política e não medicina e declarou à comunicação social que o rapaz estava morto há horas. Foi a indignação geral, apesar de entre a entrada na esquadra e a ida para o hospital ter decorrido menos de uma hora, tudo isto confirmado pelo outro preso, também ele criminoso de profissão e, por isso, bom rapaz e totalmente credível. Mas há mais, o polícia foi imediatamente preso e o sobrevivente mandado aguardar julgamento em liberdade, apesar de já ter 16 ou 17 casos pendentes contra ele. Pequena nota, dois dias depois estava de novo em tribunal...

E todos nos lembramos das inúmeras vezes em que ouvimos dizer “o polícia agrediu-me”, sem a menor prova. Dir-me-ão, mas o queixoso apresenta equimoses, deve ser verdade. Deixem-me contar-vos uma cena a que assisti há uns anos, na zona onde moro. Era verão e, como a noite estava muito quente, deixei a janela e a persiana do quarto abertas. Como sofro de insónias, estava a ler na cama por volta das 2 da manhã quando ouvi carros a acelerarem, derrapagens, travagens bruscas, enfim, um barulho nada habitual naquela área, habitualmente pacata. Fui à janela, claro, e vi que, como eu, várias pessoas de prédios vizinhos tinham feito o mesmo.

Pois bem, era um carro da polícia em perseguição a um outro que, sabe-se lá porquê, dava voltas ao bairro virando de repente numa tentativa inútil de despistar a polícia. Pouco depois de ter assomado à janela, o carro perseguido parou mesmo por baixo de mim e saiu de lá um rapaz que se dirigiu a correr para um muro quase em frente. Este cercava um terreno enorme ainda dedicado a alguma agricultura – tinha até três vacas que me acordavam mal o sol nascia a exigirem ser mungidas – e a sua superfície era de cimento rugoso. Pois bem, o dito rapaz correu para lá e atirou-se repetidas vezes contra ele, fazendo questão de embater com a face, dos dois lados, e as costas das mãos. Entretanto o carro da polícia parou, algemaram-no e foi só então que o “coitadinho” reparou que o seu plano de acusar a Polícia de agressões não ia resultar, as janelas estavam cheias de testemunhas do que fizera.

Lembro ainda aquela esquadra de um bairro social atacada pelos “bons rapazes” da zona, que foi até incendiada, mas quando o senhor de Belém foi a correr à zona nem ali entrou, passou o tempo a tirar selfies com quem passava a vida a insultar e a agredir os polícias locais.

Não estou a dizer que não há casos de violência policial, mas da maneira como as coisas funcionam agora, nem se investiga, basta alguém, sobretudo se não for branco, dizer que a houve para ser considerado facto comprovado. E não me venham dizer que a Amnistia Internacional os confirma, encontrei no seu relatório vários casos que já tinham sido desmistificados há meses. Não nos esqueçamos que esse organismo se limita a incluir os relatórios que os seus vários afiliados lhe transmitem. Ou acham que têm tempo – e vontade – para verificar e confirmar tudo o que lhes chega às mãos?

Perante tudo isto que, repito, se arrasta há décadas, fica-me a profunda suspeita de que estes protestos não são apenas por salários e mais meios, são, também, por mais respeito e mais justiça para quem ainda “cai na asneira” de querer ser polícia. É que, tal como em certas cidades dos EUA, a nossa esquerda tão woke está sempre ansiosa por cortar fundos à Polícia para os gastar... com os criminosos ou candidatos a tal. Pequeno detalhe, para grande espanto (!) dos proponentes do “Defund the Police” (Cortem os Fundos à Polícia), porque era ela a causa de todos os males, a criminalidade disparou, e de que maneira, nessas cidades americanas.

Já agora, tudo o que digo acima é também válido para os guardas prisionais, tal como os polícias são sempre eles os agressores, apesar de todas as provas em contrário.

E se queremos acabar com este protesto, bom, para além de responder o mais rapidamente possível à questão da falta de meios – este link, que me foi enviado pelo Apartidário, é muito bom – é mais do que altura de nos deixarmos de esquerdices e de acreditar em tudo o que um criminoso diz, pior ainda, de, judicialmente, tratar os polícias de um modo bem pior do que se tratam os criminosos.

Último detalhe, achei curiosíssimo a reação do PS – e não só – ao “cerco” do Capitólio que, pelo que vi e ouvi, até correu ordeiramente. Aposto que se a coisa se tivesse passado com a AD ou, melhor, ainda, com o Chega, a “agressão à democracia” passaria a defesa desta.

Para a semana: Campanha eleitoral – notas Alguns pontos da campanha que me chamaram a atenção.

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